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25 de junho de 2008

A conta dos pedágios paulistas

Todos os motoristas e demais usuários das estradas paulistas ficam contentes em poder utilizar estradas com boa sinalização, asfalto em ordem e recursos policiais e de segurança à disposição, entretanto é lamentável que tenhamos de pagar um preço tão escancaradamente obsceno para ter a disposição esse recurso que a bem da verdade pagamos quando de sua construção.
Mas como o Estado tucano é demasiadamente “bonzinho” com seus fornecedores, empreiteiros e demais parceiros além de não ter exigido planilhas reais de custos na época da terceirização das estradas, colocou um índice muito favorável aos administradores das rodovias paulistas. Melhor impossível.
Para quem não mora em São Paulo é fácil fazer uma comparação que explique a situação. Os professores e demais funcionários públicos ou de empresas estatais que normalmente exercem atividades vitais ao cidadão comum sofrem (é isso mesmo!), um reajuste baseado no IPC – FIPE, o menor dos índices que medem a inflação.
Enquanto isso, os empreiteiros que administram o sistema de pedágios altamente lucrativos têm seus contratos remunerados pelo IGP-M da FGV, o mais alto entre todos os índices que medem a inflação. A passagem pela Rodovia dos Imigrantes passará a custar R$ 17,00 (Dezessete reais), ou seja, 4,1% do salário mínimo vigente no país. As pessoas que são obrigadas a viajar todos os dias úteis de São Paulo à Santos gastam mensalmente R$ 340, ou seja, o equivalente a 82% do salário mínimo.
Os funcionários públicos são tratados com o rigor da lei e como dizemos na gíria “A pão e água, mas sempre em bebedouro distante” enquanto nossos companheiros próximos ao poder além de administrarem negócios altamente rentáveis ainda recebem o melhor tratamento que um fornecedor poderia imaginar.
Faltam policiais na nossa Policia Rodoviária Estadual, faltam aparelhos de bafômetro em todas as rodovias, faltam professores em salas de aula e salas de aula para alunos nas grandes cidades. O sistema de saúde estadual é pífio e a segurança pública então nem se fale. Mas os pedágios são de primeiro mundo e os empreiteiros riem à toa, pois rico sempre ri à toa não é mesmo?
É claro que queremos boas estradas, desde que tenham pedágios dentro de um parâmetro honesto baseados em planilhas de custos auditadas pelo Ministério Público e por entidades representativas da sociedade civil.

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