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6 de junho de 2008

CPMF e a geléia geral

Durante os anos de sindicalismo, o metalúrgico Luiz Inácio era contestador, intransigente quando se tratava dos direitos dos trabalhadores sob a asa de seu sindicato no ABC Paulista. Durante os anos em que tentou em vão ser eleito presidente da república, Lula criticou severamente seus oponentes, era a oposição mais radical que já se teve noticias no planalto central.
Os tempos mudaram, Lula foi eleito em 2002, apoiou a política econômica de seu antecessor FHC e deixou a inflação sob controle. O país navegou por águas calmas, praticamente andou no piloto automático. A única crise enfrentada foi a moral, os escândalos pipocaram mais que balas perdidas nos morros cariocas.
A crise não colou na imagem de Lula por mais que a oposição assim o quisesse, veio à reeleição, e com ela a aprovação pelo Senado Federal do fim da espúria cobrança da CPMF.
Um imposto provisório idealizado pelo médico Adib Jatene, com a nobre intenção de suprir as deficiências crônicas da destinação de verbas para a saúde pública nacional. Implantada por FHC, jamais foi utilizada para a atender a finalidade para a qual foi criada.
Durante os debates acirrados entre a oposição versus Lula e seus aliados, a CPMF que o partido dos trabalhadores tanto execrou passou a ser a salvação do país. Todos os dias membros do governo federal arrumavam uma desculpa para tentar em vão justificar a manutenção dessa verdadeira fonte inesgotável de dinheiro fácil que se juntam aos bilhões arrecadados a fundo perdido em nosso país.
Pois bem, o imposto foi cancelado em 2007 e apesar das previsões pessimistas estamos no quinto mês de 2008, sem que ninguém esteja morrendo, passando fome ou sendo vítima de qualquer doença que a ausência da CPMF pudesse suprir ou resolver, a vida segue normalmente e o país arrecada ainda mais depois que ela foi sepultada.
Pois não é que o PT de Lula, tenta agora ressuscitar no plenário da casa do povo a moribunda CPMF. É o último sinal que faltava para afirmarmos que Lula = FHC, que o PT = PSDB, e todos os partidos sem exceções são farinha do mesmo saco.
Lula não diminuiu a carga tributária e só a fez crescer, assim como FHC, numa sanha incontrolável para aumentar as receitas do governo federal e poder fazer frente às despesas absurdas dessa máquina de comer dinheiro público chamada Brasil.
Lula não colocou para discussão o IGF – Imposto para Grandes Fortunas, que está no Congresso Nacional desde a assinatura da nossa Constituição Federal assim como o “lorde FHC”.
Lula criticou FHC que também criticou Lula e ambos criticaram a CPMF na mesma intensidade que vergonhosamente lutaram pela sua manutenção desesperada nos corredores escuros e sombrios do Congresso Nacional.
Isso é uma geléia geral, que lambuza os podres poderes de uma democracia fraca e incipiente em pleno século XXI na América Latina de Chaves, de Lula e tantos outros.

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