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22 de junho de 2008

A ditadura do catupiry

Antigamente o catupiry era usado basicamente em algumas pizzas e em poucos pratos nos restaurantes mais famosos, com o tempo algumas pizzarias começaram a incluir o dito cujo nas bordas das pizzas, bem como a acrescentá-lo em diversos sabores de seus cardápios. Até esse momento nada contra, quem não gosta do creme branco opta então por pizza sem o mesmo.
Na cidade de Bauru, temos notado um fenômeno estranho, o uso do catupiry, que muitas vezes não passa de um requeijão de quinta categoria, passou a ser utilizado em tudo quanto é iguaria. Da pizza, passou para o recheio do bolinho, para a coxinha de frango e pasmem, outro dia estava dentro de um bolinho de bacalhau, sim, ao invés de sentirmos o parco gosto do pouco bacalhau que contém a fritura ainda temos de engolir o tal catupirão (Requeijão+Catupiry).
Claro que existe uma parcela substancial da sociedade que adora catupiry, lógico, assim como tem gente que gosta de jiló, de berinjela e outros pratos e sabores. O que não tem lógica é pedirmos um cachorro quente e sem que ninguém lhe avise entre a salsicha e o pão venha o tal molho branco a base de queijo chamado por eles de catupiry.
Poucos são os salgados que não tem catupiry hoje em dia. O que não deixa de ser estranho sob o ponto de vista econômico, pois o custo do produto fica mais alto na medida em que o comerciante insere um queijo ou uma pasta ou um requeijão que seja. Ou eles ficaram bonzinhos da noite para o dia e resolveram agradar colocando um plus a mais em suas guloseimas? Deixando com isso sem opções as pessoas que não gostam de catupiry.
Em 28 de Setembro de 2007, foi publicado no Jornal Valor Econômico, uma notícia que põe em cheque o acima citado. Senão vejamos na integra o que dizia a matéria desse respeitado jornal:
“A empresa catupiry vai processar todos os estabelecimentos que usarem o nome catupiry no cardápio e o usar o ingrediente genérico, pois cansada de receber 1,5 mil reclamações por ano de gente que comeu "catupiry" e não gostou ou até passou mal, a Catupiry resolveu acionar judicialmente quem usa outro ingrediente, mas coloca o seu nome no cardápio. Depois de notificadas, as redes Mister Sheik, Habib's e Montana Grill acabaram se tornando clientes da marca verdadeira. "Não podemos assistir de braços cruzados marcas 'talibãs' colocando a credibilidade do nome Catupiry em risco", diz Francisco Protta, executivo à frente da nova fase da empresa fundada em 1911 pela família Silvestrini.”.
Portanto não é só em Bauru que estamos sendo enganados e muitas vezes entupidos de um molho branco que está muito longe de ser o verdadeiro catupiry, faltando por parte daqueles que o comercializam o devido respeito aos que não querem ingerir esse “genérico” em seus alimentos.

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