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20 de junho de 2008

Vaias para a seleção do Ricardo Teixeira

O povo mineiro inovou durante a sonolenta apresentação da pífia seleção brasileira de futebol no estádio do Mineirão contra a seleção Argentina. Ao invés das tradicionais vaias e xingamentos normais nessas ocasiões o povo mineiro entoou com maestria e bom humor gritos como: “Adeus Dungaaaaaaaa” “Jumentoooooo” e aplaudiu os jogadores argentinos ao final da partida ou quando de suas substituições.
Nossos pretensos e arrogantes craques ficaram indignados pelo fato de que aqueles cidadãos que pagaram uma fortuna para ver o jogo, depois de enfrentarem filas e muitas confusões tivessem a petulância de ainda os vaiarem por terem jogado pedra em santo? Não bastassem eles terem perdido da Venezuela de Chaves, tomado uma surra do Paraguai das muambas ainda por cima jogaram sem alma contra a Argentina, fato mais do que imperdoável e digno de vaias.

A seleção há muito é monopólio de um condomínio no qual se incluem a Rede Globo, Ricardo Teixeira da CBF, alguns empresários do mundo da bola e um bando de jogadores com cadeira cativa independente do que estejam jogando. O futebol deixou de ser um esporte para ser um negócio, isso é uma realidade perigosa em se tratando de um país onde os negócios escusos são milhares. Por analogia passamos a desconfiar da lisura com a qual é tratado esse “negócio” chamado futebol.
As convocações passam por aspectos que não levam em consideração o momento vivido pelo jogador, suas atuações, seu potencial e talento. Hoje jogador é sócio de carteirinha e aqueles que não fazem parte do "grupinho" e são convocados não jogam ou ficam fora da lista na hora das partidas.
Outro fato que estranhamos é que os craques que jogam no Brasil são deixados de lado em detrimento dos que atuam nos grandes clubes europeus e por coincidência possuem os empresários muito próximos ao poder emanado pela CBF.
Não aceitar as vaias, não aceitar que jogadores argentinos sejam aplaudidos é o mesmo que querer impedir que torcedores estrangeiros do mundo inteiro possam aplaudir e até venerar nossos craques de verdade quando estes resolvem colocar sua arte e dom a serviço do esporte nos campos de futebol pelo mundo.
O presidente perpétuo da CBF, bodas de prata em 2014, senhor Ricardo Teixeira e todos os seus comandados sem exceção deveriam fazer uma profunda reflexão sobre o quanto lucram jogando na seleção e ao mesmo tempo perceberem o quanto é a distância abismal entre seus vencimentos e o salário mínimo do nosso povo. Não vai devolver a qualidade do futebol que eles apresentam, mas por certo será um bom começo.

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