Seguidores

10 de julho de 2008

Coisas que não tem desculpas

O assassinato do menino João Roberto de três anos de idade nas ruas do Rio de Janeiro por policiais inaptos, totalmente despreparados para o exercício da função é uma das coisas nesse país para as quais não se espera desculpas, a morte não tem desculpa e sim responsáveis diretos e indiretos.
Os pais e familiares do menino morto de forma absurda quando estava dentro do carro da família, no banco traseiro ao lado de um irmão com meses de vida é um desses atos abomináveis que ferem a lógica da profissão daqueles que na rua estão justamente para proteger a vida do cidadão comum.
Os culpados diretos são os policiais que dispararam suas armas a esmo, sem um mínimo de inteligência, deixando de levar em conta todos os fatores próprios para a situação. Esqueceram como num passe de mágica o treinamento que tiveram na academia e se colocaram no lugar dos bandidos que fazem isso com constância em nossas ruas.
Os culpados indiretos pela barbárie cometida pelos soldados é o Comando da PM carioca e em primeiro plano o Governo Estadual do Rio de Janeiro. Ao invés de brincar de fazer jogos pan-americanos e sonhar com a realização de Olimpíadas, deveriam estar trabalhando noite e dia pela segurança da sociedade daquele Estado.
A falta de investimento nas policias civil e militar aliada a falta de coragem dos governantes para executar uma limpeza nos porões daquelas instituições são os maiores responsáveis por mais esse crime. Claro que vão se somar ao crime do seqüestro do ônibus, aos inúmeros atentados contra a vida cometidos por policiais iguais ou até piores que os que cometeram esse crime bárbaro e sem justificativas.
O Governador deve sim, pedir desculpas, mas não para a família do menino João Roberto, deve pedir desculpas de joelhos a toda sociedade do Estado do Rio de Janeiro, pois está no poder há mais de 18 meses e ainda não disse ao que veio no que tange a segurança pública.
Enquanto não houver uma reestruturação séria nas policias civis e militares em todos os Estados, em particular no Rio de Janeiro, ficará difícil acreditar que o Estado vencerá a criminalidade em nosso país.
Essa reestruturação passa pela unificação dos comandos, pelo investimento pesado em alta tecnologia e o uso da ciência em prol do combate ao crime organizado, compras de novos equipamentos de uso (armas, coletes, munição pesada) bem como, a estruturação completa desde a aceitação do soldado até a sua formação e liberação para atuação nas ruas.
É preciso que o Estado faça uma revisão nos salários pagos, seguros de vida, benefícios e principalmente dotar as corporações de condições para aquisições de casas próprias e veículos para deslocamento de suas casas aos quartéis. É inimaginável que um soldado entre num trem cheio de marginais para chegar ao quartel.
Para isso seria necessário à abertura de linhas de crédito através do Banco do Brasil, CEF ou BNDES, afinal jogam dinheiro fora todos os dias para financiarem absurdos, então por que não dotarem as forças policiais de condições decentes para poderem exercer suas nobres funções?

Nenhum comentário: