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1 de julho de 2008

Uma estranha sensação de déjà vu

Paira no ar uma estranha sensação de déjà vu no ar, um arrepio que cresce à medida que vamos avançando na leitura dos jornais pela manhã. E fica cada vez mais concreto e se transforma em medo quando assistimos aos telejornais noturnos. A inflação voltou a assombrar a classe média brasileira, alimentos com preços malucos, serviços subindo sem parâmetro e o governo, aliás que governo? Sumiu? Viajou? Onde estará a equipe econômica de Lula? Disney ou seria num circo mambembe na zona leste de São Paulo?
Com o prenúncio de novos velhos dias sombrios de convivência com a inflação chegam também, por que desgraça pouca é bobagem, as greves em vários setores da nossa complicada estrutura de prestação de serviços. Ontem começaram as passeatas justíssimas dos professores da rede estadual, hoje estão em greve os corretos profissionais dos correios, amanhã serão outros e mais outros, até que tenhamos os mesmo discursos nas portas de fábricas e a única diferença é que nessas portas de fábricas não estarão dois personagens por demais conhecidos, o PT e o Lula.
Agora no poder, eles estarão do outro lado da rua com a mesma velha polícia e seus métodos violentos de combater, ou melhor, conter os reclamos de uma sociedade que se acomodou demais e que hoje paga por seus erros, seus votos e seus sonhos de um país melhor e mais justo. Utopia juvenil que jamais sairá do papel de bala, balas perdidas que nos perseguem nas ruelas do Rio de Janeiro e que nos buscam nas favelas paulistanas sem que possamos ao menos fugir para o primeiro aeroporto sem crise aérea.
O caos do transporte urbano já chegou à maior cidade da América Latina, o individual venceu o coletivo sem medo e agora vive apavorado sem saber que caminho seguir, a verdade é que não há mais caminho, tudo não passa de um enorme congestionamento. O trânsito está completamente parado assim como estão parados os nossos governantes há vinte anos. Soluções existem, mas estão todas nas gavetas dos burocratas que insistimos em eleger a cada quatro anos.
A inflação volta depois de vencer o plano real, entretanto temos de admitir que tudo venceu a inflação menos os nossos reajustes salariais. Essa perversa fórmula neoliberal que perpetua o crescimento dos contratos com empreiteiras acima dos nossos vencimentos, do aluguel, dos alimentos, dos combustíveis, dos serviços, dos preços do governo, tudo enfim, subiu acima dos índices oficiais da inflação no plano real, mas agora é real, ela voltou e veio para ficar pois não terá combatente a altura no planalto central.
Lula vai alegar que estava viajando e que não sabia de nada. Inflação? Que inflação? Isso é coisa da cabeça do povo, esqueçam isso.
O mundo evolui, a China se torna uma potência econômica, até Cuba dá sinais de evolução política e econômica, só o Brasil anda para trás, dispara tiros de festim para comemorar o nada e perde a chance de aniquilar seus medos de um passado que se pensava distante.

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