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2 de fevereiro de 2010

Pobre vai a falência, rico vai a Londres

Quando um pequeno comerciante, um proprietário de uma indústria de médio porte ou um cidadão comum vai à falência e tem dificuldades enormes para se reerguer, não tem portas abertas junto a nenhum órgão governamental. Tem de pagar suas dividas, honrar compromissos assumidos, recolher todos os seus tributos sem dó nem piedade.
Agora um milionário incompetente leva uma das maiores marcas do comércio varejista à falência, deixa milhares de trabalhadores honestos e competentes desempregados, dividas que hoje somam um bilhão de reais e ainda assim vive viajando à Londres.
Mora numa mansão nababesca em Ribeirão Preto no interior paulista onde pratica golfe, tênis, anda pelas ruas com sua BMW zero quilometro. Sem ser importunado pela justiça o cidadão da elite teve tempo e condições para comprar duas usinas de álcool e açúcar e uma faculdade.
Isso por que ele está com seus bens bloqueados, seu nome sujo na praça e com uma divida bilionária junto a diversos credores. Como ele consegue e o comerciante, o industrial e o pobre mortal não conseguem?
A resposta é simples, a justiça é propositalmente lenta para que pessoas ricas ou próximas ao poder possam levar vantagens, usufruir do dinheiro guardado ilegalmente fora do país e não confiscado por nossas pseudo-autoridades. A demora no processo cria inúmeras dificuldades para os credores da massa falida e principalmente para os trabalhadores, mas facilita a vida dos empresários.
Nesse meio tempo o playboy espertalhão consegue separar da primeira esposa, casar com uma jovem beldade e circular como se fosse um nobre nas festas da alta sociedade local. É bajulado, vai se reerguendo aos poucos e em breve suas empresas recém adquiridas estarão conseguindo empréstimos junto aos bancos oficiais e ao BNDES. Aquelas mesmas instituições que dificultam ao extremo as operações financeiras e empréstimos para gente honesta.
As empresas adquiridas e a instituição de ensino comprada pelo empresário falido estão em nomes de terceiros para evitar novos bloqueios. Se a justiça fosse rápida tudo seria diferente e esse cidadão estaria agora tentando arrumar emprego e não sendo dono de novos negócios que amanhã poderão vir a ruir igualmente ao Mappin, Mesbla.

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