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7 de maio de 2010

Voto - Uma escolha difícil

Ao longo das duas gestões do Lula percebi que a classe média não o tolera, alguns tem preconceito, outros tem criticas ácidas ao seus modos, muitos criticam a permissividade de seu governo para com a corrupção. Estão certos, porém nunca agiram assim em relação a Maluf, Quércia, Pitta, Kassab e tantos outros que já estiveram no poder.

O PT incomodou a todos com sua mania de querer ser perfeccionista, de achar que jamais cometeria erros, de que jamais iriam ver seus lideres envolvidos com as mesmas falcatruas que tanto criticou. Achavam que nunca iriam ver seus lideres com as mãos sujas da pior lama existente no solo de Brasília, o lodo da corrupção. Essa intransigência de parte dos petistas, quase uma soberba irritou durante anos os incautos, os apolíticos, os ateus, enfim, eles passavam a impressão de que quem não era petista era ladrão, era fraco, era imoral, era de direita e isso persistiu até que Lula foi ungido pelas urnas em 2001.

Poucos criticam suas gestão do ponto de vista prático, ou seja, partindo da premissa básica de que prometeu muito e pouco cumpriu; de que não fez nada para reduzir a carga tributária obscena que inviabiliza o crescimento ainda maior do país; da redução drástica da incidência de impostos sobre o "trabalho", o trabalhador com registro em carteira custa caro ao empregador, Lula não corrigiu essa distorção, como também não fez nada para que a distribuição de renda fosse menos injusta no país.

Lula não construiu e nem reformou estradas, portos, aeroportos em oito anos de mandato. Sua gestão em muito se assemelha às gestões de FHC, muita propaganda, planos com nomes pomposos para marketing, centenas de viagens e nada mais.

A economia mantida em patamares estáveis, dólar na faixa de desejo dos exportadores e a garantia de que os investidores fossem tratados melhor que o povo brasileiro em geral. Mas em que o governo FHC foi diferente, em nada, vendeu empresas, privatizou serviços e concedeu aos empresários negócios altamente lucrativos em troca de exploração de serviços que deveriam estar nas mãos do Estado.

Não fez nada e agora lança Serra para tentar impedir o avanço de Dilma, uma mulher que está longe de ter o escopo de uma petista tradicional, tem tanta experiência administrativa quanto FHC, tem menos estudo talvez.

Mas em nome da ojeriza à Lula, a Internet está inundada de mensagens que chegam a ponto de começar a defender o indefensável movimento que levou o pais a uma ditadura militar nojenta, movimento apoiado pelos americanos e que se baseou na ruptura da liberdade de imprensa, da não investigação dos atos daqueles que estavam no poder, vide Artur da Costa e Silva.

Uma ditadura que matou inocentes estabeleceu a censura para a cultura em geral. Fechou o congresso nacional e em seguida criou um bi-partidarismo com um partido de direita e outro de centro direita, ou seja, Arena e MDB.

Agora leio mensagens de defesa a essa mesma ditadura no afã de incriminar Dilma que foi uma das muitas pessoas que ajudaram a combater esse regime nefasto.

Incrível que Serra, FHC, Covas e muitos outros sempre se vangloriaram por terem sido expulsos do país por essa mesma ditadura, agora seus aliados ajudam a difamar a Dilma por ela ter sido mais "homem" que esses oportunistas que saíram em exílio, estudaram em universidades caríssimas, ganharam dinheiro e notoriedade à custa do regime militar.

Eu não voto em Dilma por vários motivos, mas nenhum deles passa próximo pelo fato dela ter tido coragem de lutar contra um bando de militares corruptos que se apoderaram de dinheiro, prestígio e governaram esse país com arrogância e crueldade.

Os mais novos é claro não se lembram desse período negro da história do país, das mortes de operários, estudantes e donas de casa que por qualquer motivo eram presos, torturados e assassinados nos porões fétidos do DOI-CODI em SP.

O episódio dantesco ocorrido no Rio de Janeiro com a explosão de uma bomba no colo de uma coronel do exército, artefato esse que ele iria soltar no Rio Centro, local de eventos e que estava lotado é uma das facetas nojentas dessa escória.

Essa mesma ditadura que criou e apoiou Maluf, ACM e tantos políticos nefastos.

Reitero que não votarei em Dilma, entretanto não posso votar no PSDB, uma partido que está a dezesseis anos no poder e não conseguiu formular um projeto educacional inteligente, não implantou um programa sequer para a saúde pública e olha que o tal Serra foi ministro da pasta da saúde.

O PSDB vendeu dezenas de empresas públicas, arrecadaram bilhões e esse dinheiro jamais teve uma explicação para sua aplicação. Não pagam precatórios, não reajustam salários de empregados de estatais e nem funcionários públicos, que, aliás, eles odeiam. Adoram publicidade, odeiam investir em segurança e habitação, se possível fosse fariam acordos até com o PCC, mas não conseguem fazer uma acordo que seja com os dirigentes e sindicalistas da Educação e Saúde em SP.

Diante disso prefiro anular meu voto, não somos obrigados a votar, mas sim comparecer as urnas, entre as opções estão o voto nos candidatos, o voto em branco e o voto nulo, aquele que serve para demonstrar ao poder estabelecido que as alternativas são fracas, muito aquém do que imaginamos capazes de dirigir o nosso Município, Estado ou País.

Desde a ditadura o TSE vem fazendo campanhas pagas para incutir na cabeça do povo que o voto é um grande avanço da democracia. Faz uma verdadeira lavagem cerebral, mas não explica por que então não retiram a alternativa "Nulo" da urna eletrônica? Se ela existe, devemos considerá-la como um a das opções, então por que votar em Serra ou Dilma?

Precisamos de mudanças estruturais, mudanças de atitude, de comportamento. Uma gente nova que venha para fazer uma revolução ética e rasgar tudo que favorece grupos corruptos que se aproveitam de tudo neste país de tantas riquezas, onde milhões ainda são analfabetos, outros milhões não têm água potável, nem esgoto tratado e vivem de forma miserável, são vitimas desses candidatos que ai estão. Enganados ainda votam com esperança nessa escória que depois de eleitos irão sumir e enriquecer cada vez mais.

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