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17 de agosto de 2010

Morte e vida da TV Cultura

Uma das características do governo tucano é não deixar pedra sobre pedra ao final de suas gestões, é não querer administrar gente, é ter ojeriza por funcionários públicos e se afastar como o diabo foge da cruz de uma obra em suas gestões. Quando faz demora muito e ao terminar repassa imediatamente para a iniciativa privada.

Depois de vender praticamente todo setor elétrico paulista, dois bancos, várias empresas e repassar para os empreiteiros algumas estradas prontas para que esses explorassem as praças de pedágio era de se esperar que a TV Cultura fosse abduzida, vendida ou até mesmo fechada na gestão do tucanato paulista.

Faltou pouco para que a emissora que antes da posse do PSDB em 1995, era sinônimo de qualidade, criatividade e dona de uma avançada linha de programas que marcaram época na televisão brasileira. Em particular para as crianças e jovens que viram nascer naquela emissora, talentos promissores que ainda hoje são grandes estrelas da TV brasileira.

O corte paulatino de verbas, a presunção dos tucanos e a falta absoluta de investimentos foram definhando aquele símbolo da televisão de vanguarda nacional.

Uma emissora que sempre primou por exibir orquestras do mundo inteiro, teatro da melhor qualidade, cinema nacional, esportes, programas como Vila Sésamo, Sitio do Pica Pau Amarelo, Roda Vida, Ensaios com os maiores nomes da MPB, enfim, qualidade pertinente ao que se deseja numa emissora pública.

Mas o tucanato odeia o povo, tem desprezo por funcionários e não poderia tratar à emissora e seus parceiros de outra forma que não, servir pão e água em bebedouro distante. Sem verbas a qualidade deu lugar a programas menos atraentes ao público, o desgaste é natural e a concorrência brutal.

Ao longo de dezesseis anos o governo Tucano com muita competência foi minando e acabando com a emissora, aos poucos, de forma homeopática. A democracia carece de um espaço televisivo público, desde que com qualidade e competência, sem ser subserviente. Esse espaço existe e chama-se TV Cultura, um marco na televisão nacional que agora agoniza em solo tucano.

A direção de emissora sob ordens tucanas não permitiu que os patrocinadores da programação independente colocassem seus nomes nos créditos, fato que afastou definitivamente qualquer possibilidade de entrada de recursos externos. Programas excelentes sobre turismo e trilhas foram defenestrados pela absoluta falta de habilidade.

O último fio de esperança acabou quando o governo do PSDB nomeou um economista da chamada linha dura para administrar aquela emissora. O mesmo político que até outro dia dava as cartas na Cultura paulista. Sua primeira meta é demitir 450 funcionários, talvez pensando em “privatizar” a emissora paulista, pois os tucanos só sabem privatizar mesmo, administrar, reorganizar não é o forte deste partido.

A provável eleição de Geraldo Alckmin será o último suspiro de vida dessa emissora que tanto colaborou com a cultura paulista e nacional em todas as suas formas. Vai deixar saudade.

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