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5 de junho de 2011

Palocci e a falta de punições no andar de cima do Brasil

Os políticos brasileiros desde o fim da ditadura militar conseguiram armar um esquema invencível para proteger seus golpes à revelia das muitas leis existentes. Leis que por sinal em sua grande maioria foram redigidas nos porões do Congresso ou dos bunks dos próprios políticos.

A Justiça não atua, fica amarrada a recursos eternos, morosidade proposital que visa ao final contemplar o aumento do patrimônio de uma casta perversa, que a rigor mina qualquer resistência que possa haver por parte da sociedade civil.

O Ministério Público até levanta casos, assim como a Polícia Federal efetua com certo rigor suas ações, age como preconiza a lei, mas vê frustradas suas ações a cada nova manobra impetrada por advogados pagos à preço de ouro para deixar nas ruas e na ativa política homens que solapam o erário.

São tantos casos de corrupção, desvios e má versação do dinheiro público, que poderíamos fazer uma fila com os processos que atravessaria o nosso imenso território do Rio Grande do Sul ao mais longíquo ponto do extremo norte do país.

Na prisão nenhum político de Brasilia, devolução do que foi roubado aos cofres públicos nem pensar. Somente ficam fora da vida pública aqueles que optaram como estratégia de defesa pela renúncia ao cargo. Mas essa ausência é momentânea, ao findar o período exigido em lei, o corrupto volta com força total.

O enriquecimento de Palocci não vai causar estragos em nada e ninguém sairá desta preso ou tendo de devolver o que ganhou sem comprovação, sonegando ou usando dinheiro de caixa dois de campanha eleitoral.

No máximo Palocci perderá o cargo de Ministro da Casa Civil assim como, José Dirceu na primeira gestão de Lula. Terá então um estrago em suas pretensões políticas de se candidatar a cargos majoritários, mas poderá ser Senador, deputado, sem problema algum. E não duvidemos de que poderá até ser eleito.

A eleição de corruptos, suspeitos de golpes e má versação de dinheiro público é outra coisa fácil de explicar. Um povo sem educação de qualidade, sem saúde pública e vivendo de forma insegura torna-se presa fácil para este tipo de escória políticaa séculos.

Sem contar que desde 1995 na gestão FHC, ampliado nas gestões de Lula, os auxilios das bolsas assistencialistas fez o povo mais pobre ainda mais refém da classe política dominante.

Na lógica do povão – Como votar contra quem põe alimento em minha casa? Como ir contra o homem bão? Alimentos que não chegam as casas através de empregos com carteira assinada e garantia de continuidade em desenvolvimento sustentado.

O escandâlo Palocci é então aproveitado pela omissa e fraca oposição para aparecerem às luzes da ribalta, ou melhor da imprensa nacional. Entre eles, raros se destacam por serem próceres da ética e da honestidade na vida pública. Muitos com certeza estão ricos da mesma forma que Palocci.

Entre os opositores que hoje pedem “justiça” estão alguns que outro dia queriam receber pensões de governos Estaduais por terem sido governadores, mesmo que por um dia em gestões passadas. Um senador do Paraná cobrou seu quinhão depois de vinte anos por ter sido governador por curto período.

Ou seja, Palocci precisa ser investigado com seriedade, precisa ter seus bens auferidos pela Receita federal, precisa sim ser julgado pelo Ministério Público.

Dilma já o deveria ter afastado do cargo que ocupa, incompatível com este tipo de conduta. Porém, uma limpeza poderia e deveria ser feita simultâneamente, incluindo os manganões que hoje clamam por justiça nos corredores do fétido congresso nacional.

O caso Palocci deveria servir como tantos outros para uma limpeza do andar de cima da república brasileira, caso contrário cairá em esquecimento logo que outro escandâlo surja nas páginas policiais.

Leis não faltam ao Brasil, falta rigor no cumprimento delas, falta vergoinha na cara e honestidade. O resto temos de sobra neste circo armado por palhaços ricos, brincando de ética com o povo pobre do Brasil.

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