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25 de fevereiro de 2012

Torcidas organizadas atravessam o samba na apuração!

Desde muito tempo as apurações das escolas de samba sempre tiveram confusões, xingamentos, brigas, desavenças e muita gritaria. Raramente tivemos um ano sem que o vencedor não fosse contestado ou os rebaixados ao grupo de acesso não reclamassem das notas dadas pelos jurados.

Com o passar do tempo foi incorporado a este cenário bizarro, amador e totalmente incoerente com a grandeza dos desfiles e o dinheiro gasto um componente altamente combustível, diria até que seria nitroglicerina pura – Escolas de Samba de Torcidas Organizadas.

A mistura do futebol com o samba que sempre deu musicalidade, títulos e grande repercussão mundial, desta vez colocava em risco a essência do carnaval paulistano.

Vencedora de vários grupos de acesso a Escola de Samba Gaviões da Fiel chega à divisão principal do samba paulistano. Houve à época quem relutasse em deixa-los desfilar, pois sabiam naquela ocasião que seria questão de tempo apenas que as confusões se proliferassem e aumentassem de intensidade na avenida e na apuração dos desfiles.

Sem contar que previam também que outras agremiações ligadas a clubes de futebol ou torcidas organizadas copiassem a Gaviões, estabelecendo na avenida um limite tênue entre o certo e o errado, o futebol entraria em campo na avenida em breve.

Estavam certos aqueles que previam tudo isso, a Gaviões protagonizou grandes desfiles, tanto quanto grandes e homéricas brigas na apuração dos mesmos.

Estavam certos em tudo, inclusive na segunda e mais preocupante questão, ou seja, em 2012 desfilaram Gaviões da Fiel torcida do Corinthians, Dragões da Real torcida do São Paulo e Mancha Verde torcida ligada ao Palmeiras. A nitroglicerina se espalhou pela avenida, mas não explodiu em nenhum momento.

Porém na tarde desta terça-feira uma briga generalizada começou sem a participação das torcidas ditas organizadas, porém o simples fato de verem uma briga já motivou parte da Gaviões da Fiel a atirar pedras, destruir tapumes e ter de ser escoltada pela polícia até sua sede.

Está certo que, parte da confusão principal foi motivada pela intolerância das escolas que estavam sendo rebaixadas pelas notas apuradas até o penúltimo quesito.

Mas fica a lição para organizadores, liga das escolas e autoridades da maior cidade do país. Não dá para conviver com intolerantes num ambiente de total amadorismo, ausência de segurança e insensatez.

Alguém precisa por um fim nesta bagunça que envergonha o Estado de SP. Alguém precisa por na cadeia baderneiros sejam eles membros ou não de torcidas ou agremiações carnavalescas. Gente com passagem pela polícia brincando de ser diretor de Escola de Samba é o mesmo que atravessar o samba na avenida da vida.

23 de fevereiro de 2012

Por que talvez eles não possam deixar o poder

Certa vez presenciei um caso na empresa em que trabalhava onde um funcionário tido na ocasião como “exemplar”, raramente saia de férias, abdicava do direito sagrado e vendia seu período de férias e ficava sempre trabalhando incansavelmente.

Até que um belo dia a legislação trabalhista apertou o cerco e o gajo foi obrigado a sair em gozo de férias por trinta dias. Num certo dia o telefone tocou na hora do almoço e apenas a gerente da divisão ainda estava no local, arrumando suas coisas para almoçar.

Atendeu ao telefone e ouviu do outro lado da linha uma senhora pensionista desesperada reclamar que os valores de seu depósito estavam incorretos, diferentes daquilo que havia sido dito para ela pelo funcionário em férias.

A gerente anotou o telefone da senhora e foi procurar o processo nos arquivos. Deparou-se com uma fraude enorme, o gajo trabalhador e que não gostava de férias, desviava o dinheiro para uma conta de sua esposa. Foi demitido é claro, parte do dinheiro foi devolvida.

Contei esta história real para ilustrar o que muitas vezes leva algumas pessoas a não querer largar o cargo, por não poder deixar de estar ao lado de seu pequeno império em tempo integral ou por muitos anos.

O que me parece ser o caso do presidente eterno da CBF, Ricardo Teixeira, que já está à frente dos negócios e negociatas do futebol brasileiro há 23 anos consecutivos, sem que deixasse o mesmo por um dia sequer.

Eleição após eleição o dono da CBF é reconduzido por unanimidade por seus eleitores que são presidentes de federações de futebol estaduais, muitos deles também eternos, pois ocupam seus cargos há dezenas de anos.

Por que Ricardo Teixeira e alguns presidentes de federações não querem deixar o poder? Paixão pelo futebol? Apego ao cargo? Ou seria o medo de que ao saírem aconteça o mesmo que aconteceu com o rapaz da história que relatei no inicio deste artigo?

Como pode um país imenso não ter postulantes ao cargo? Como pode um homem com tanto poder e dinheiro jamais ter sido investigado pela receita federal no Brasil e em paraísos fiscais para ver se existem contas em seu nome naquelas localidades.

Qual a razão de não haver oposição na política da CBF? O que tanto Ricardo Teixeira faz que leva à cegueira total vinte e sete presidentes de federações de futebol estaduais há tantos anos?

Uma auditoria nos processos e contas da CBF seria um bom começo e poderia nos mostrar o que tem de tão interessante naquela Confederação de Futebol para fazer um sujeito deixar de lado a família e se dedicar tanto por tanto tempo de forma ininterrupta.

19 de fevereiro de 2012

Consocial - O que significa?

Estamos vivendo um momento especial e que não pode de forma alguma passar em branco pela sociedade civil organizada em nosso país. Estão sendo realizadas em vários munícipios a 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social. Uma realização da Controladoria-Geral da União - CGU.

Convocada por Decreto presidencial de 08/12/10, a 1ª Consocial terá etapas preparatórias a realizarem-se de julho/11 a abril/12 em todo o Brasil, o que deve mobilizar mais de um milhão de brasileiros que serão representados por cerca de 1200 delegados esperados para a etapa nacional da Consocial que acontece entre os dias 18 e 20 de maio de 2012, em Brasília.

A 1ª Consocial tem como tema central: "A Sociedade no Acompanhamento e Controle da Gestão Pública" e o objetivo principal de promover a transparência pública e estimular a participação da sociedade no acompanhamento e controle da gestão pública, contribuindo para um controle social mais efetivo e democrático.

Além das etapas preparatórias estaduais e municipais, a sociedade poderá debater os quatro eixos temáticos da Conferência participando e realizando conferências livres e virtuais além de programas e atividades especiais como: concursos culturais, debates acadêmicos e seminários, encaminhando propostas à coordenação-executiva nacional, via portal da 1ª Consocial, para serem direcionadas aos estados e à etapa nacional conforme o âmbito indicado.

Em Bauru este evento acontecerá no próximo dia 28 de fevereiro na ITE – Instituição Toledo de Ensino das 08h00min às 17h30min horas. Todas as entidades organizadas da sociedade civil, poder público e conselhos de políticas públicas devem marcar presença e ajudarem a discutir e priorizar as propostas que devem ser levadas para a Consocial Estadual e posteriormente a etapa Nacional em Brasília.

A participação é franqueada a todos e o credenciamento será feito no local do evento. Participe, exerça sua cidadania e mostre na pratica aquilo que nem sempre a maioria tem a oportunidade de fazer.

Estes são os temas que vão ser discutidos na Consocial Bauru:  Promoção da transparência pública e acesso à informação e dados públicos;  Mecanismos de controle social, engajamento e capacitação da sociedade para o controle da gestão pública;  A atuação dos conselhos de políticas públicas como instâncias de controle;  Diretrizes para a prevenção e o combate à corrupção.

Ao final do evento serão eleitos os delegados do nosso munícipio que irão nos representar na etapa Estadual da Consocial, então, não perca, não deixe de participar.

O sindicalista que sabia ouvir

Estávamos vivendo o final da década de oitenta em SP em plena retomada do processo de redemocratização do país após o recente fim do regime de ditadura militar no país. Em SP o PMDB mantinha sua hegemonia e governava com Franco Montoro.

O movimento sindicalista tinha ainda aquela altura o Partido dos Trabalhadores na oposição de alguns grandes sindicatos, a maioria era dominada até então pelas antigas centrais filiadas a CGT – Central Geral dos Trabalhadores.

Era moda e normal naquele período haver grandes discussões políticas, quer seja sobre o fim da ditadura militar, sobre o surgimento do PT, uma nova alternativa de poder ou sobre a ideologia marxista ou a manutenção do capitalismo ao redor do mundo.

A URSS ainda existia assim como a Alemanha estava dividida ao meio pelo muro de Berlim. Eram tempos de muitas teorias e ainda poucas ações. Muito ceticismo e o risco de uma grande guerra entre EUA e URSS.

Eu presenciei um começo de abertura política após a eleição de Franco Montoro ao governo do Estado de SP. Aos poucos os sindicatos e os partidos políticos começavam novamente a discutir e incentivar a participação popular na política sindical e partidária.

Na empresa em que eu trabalhava núcleos do PMDB e do PT começaram a ser formados e discutiam à exaustão todo processo de discussão política e das ferramentas de controle das gestões da época.

Chamou minha atenção um fato naquela época que ficou restrito a poucos amigos e companheiros de trabalho. O sindicato havia elegido representantes por andares nos prédios da empresa, respirava-se democracia.

Um amigo muito inteligente e profundo conhecedor de política interna e externa, com ênfase para o socialismo e o comunismo, sendo um leitor contumaz de obras de Liev Tolstói, Marx, e outros grandes nomes da literatura soviética um dia foi jantar com alguns amigos e encontrou um famoso líder sindical da época no restaurante.

Após jantar com os amigos ele foi chamado à mesa do sindicalista para conversar sobre a situação de uma iminente greve que rondava as negociações entre sindicatos e empresa naquele momento.

A conversa avançou noite adentro, uma garrafa de uísque foi devorada e da análise do momento de tensão passaram para uma conversa sobre ideologia e a velha discussão entre capitalismo e comunismo.

A partir deste momento da discussão quando a mesma caminhou para o rumo ideológico e saiu da análise fria do momento, o sindicalista ficou apenas como ouvinte, fazia apenas algumas perguntas, mas não interrompia o interlocutor em momento algum. Ouvia de forma absolutamente silenciosa e não demonstrava querer interromper aquela aula sobre política externa.

No dia seguinte por volta das onze horas em plena avenida paulista havia uma grande passeata marcada pelo sindicato com direito a carro de som, bandeiras e muita gente na luta por melhores salário e benefícios. O fato era corriqueiro e poderia passar despercebido não fosse pelo fato de que presenciamos o então sindicalista discursar de forma diferente.

Ele discorreu sobre comunismo, Lenin, Marx e surpreendeu a todos que acompanhavam aquela marcha na avenida paulista perto do meio dia. Meu amigo então me chamou de lado e me disse:

_ Ele está discursando em cima do que lhe falei ontem no jantar. Não sabe nada de política externa, nem de comunismo, sequer já leu um livro sobre o assunto, entretanto, ontem me ouviu com atenção, soube como ninguém transformar as informações que lhe passei neste discurso.

10 de fevereiro de 2012

Isto não era para nós, disseram os deputados!

Um profissional de uma grande empresa estatal de SP foi substituído ao final de sua gestão na empresa. Era diretor administrativo e precisava de um cargo numa grande empresa pública ou teria de voltar e ficar encostado em sua empresa de origem.
 
Depois de algumas tentativas frustradas e de outras que não lhe serviam profissionalmente, foi convidado para ir a Brasília para uma entrevista com um dos ministros com mais poder naquela ocasião.

A expectativa era das melhores e ele estava ansioso por chegar ao Distrito Federal e sair daquele sufoco em que se encontrava.

Na data e horário marcado, lá estava ele junto com dois deputados de SP, um estadual e o outro federal, para tentarem uma indicação numa diretoria administrativa de uma empresa estatal federal do setor de telefonia.

A tensão estava no ar, ele estava muito preocupado, nunca tinha participado de uma reunião com um ministro e aquela movimentação política de Brasília o assustava um pouco.

Mas após um café no aeroporto do DF, seguiram de carro até a esplanada dos ministérios e foram para o gabinete do ministro que os aguardava em sua sala.

Chegando lá no gabinete, foram recebidos pela secretaria do ministro que pediu que os mesmos aguardassem alguns minutos, pois o chefe estava com seus assessores em reunião. O tempo não passava para o angustiado rapaz.

Cerca de meia hora depois foram convidados a entrar na sala imensa do ministro. Algumas amenidades foram jogadas ao ar como forma de descontrair o ambiente, algumas reminiscências foram relembradas entre os deputados e o risonho ministro até que o assunto que os levara até aquela sala começasse a ser abordado.

Antes de qualquer coisa os deputados enalteceram as virtudes do candidato a uma vaga, disseram de sua competência e lealdade. O ministro ouvia atentamente sem interromper aos seus interlocutores, o candidato suava frio e aguardava o desfecho.

Em seguida, de forma aberta, sem rodeios, o ministro disse o que esperava daquele que viesse a ocupar o cargo numa diretoria administrativa de uma empresa do setor de telefonia que vivia seus últimos momentos pré-privatização. O setor inteiro foi privatizado em 1998.

Numa de suas explanações ele disse que quando ocupou cargos em estatais fez chover recursos. Que desta forma, não aceitaria nada menos que uma forte tempestade de quem viesse a ocupar o cargo que estava vago que cuja responsabilidade de preenchimento era justamente daquele ministro.

A conversa terminou, todos saíram e retornaram ao aeroporto sem que dissessem nada importante a respeito da visita ao ministro. Ao chegarem ao aeroporto, foram para uma sala reservada e os parlamentares então disseram ao candidato a vaga:

_ Somos experientes e você nos conhece bem, entretanto, esqueça esta vaga, isto que o ministro deseja está muito acima da nossa “capacidade”. Não temos condições de dar a ele o “retorno” que ele espera. Isto é coisa para cachorro grande.

Entraram no avião, retornaram a São Paulo, nunca mais falaram do assunto. O ex-diretor continuou desempregado até que conseguiu uma colocação numa grande empresa nacional. Os deputados nunca mais se elegeram a cargo público.

Ah o ministro conseguiu nomear um diretor com o perfil que ele queria, o seu candidato fez chover torrencialmente enquanto a empresa não foi vendida...

1 de fevereiro de 2012

Ministros nas alturas e os gastos também!


Em apenas um ano mesmo sem fazer nada de importante e significativo para o país, os ministros de Dilma Rousseff e o seu vice-presidente Michel Temer torraram a bagatela de R$ 16,6 mi (dezesseis milhões e seiscentos mil reais) em viagens com aviões da FAB – Força Aérea Brasileira.

A maior parte dos ministros usa estes voos para voltarem aos seus Estados nos fins de semana. A divida interna do Brasil é astronômica e boa parte desta despesa esta justamente sobre os gastos da folha de pagamento do governo e todos os seus custos com pessoal.

Espera-se dos ministros trabalho, dedicação, empenho e não ficar sabendo que estão cruzando os céus do nosso país em troca de nada, pois sabemos que quando viajam a serviço estão indo ver tragédias que não foram contempladas com obras preventivas de seus próprios ministérios.

Se você é empregado de uma empresa reside dentro do munícipio em que trabalha ou perto dele para seus deslocamentos, sabe de antemão que cabe a você bancar as suas despesas de transporte ida e volta à empresa. No caso da maior parte dos ministros, eles residem em seus Estados e aproveitam a mordomia para ir e vir de avião à custa do povo brasileiro.

Só na vida pública que se tem direito a tanta mordomia, sem ter que prestar contas, sem ter que provar valor profissional, sem ter que mostrar produtividade e qualidade naquilo que está sendo pago para fazer.

Segundo os dados publicados pela Folha de SP ministros da Dilma e vice Michel Temer superam até os viajandões FHC e Lula, este último, o recordistas nas alturas. Vejam quadro: