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15 de agosto de 2013

Trem Bala ou Trem à Vapor?

Podeis enganar toda a gente durante certo tempo;
podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo;
mas não vos será possível enganar sempre toda a gente. 
Abraham Lincoln
Desde há muito tempo ouço dizer que alguém vai propor, vai construir ou licitar a obra para construção do Trem Bala a princípio ligando RJ/SP/RJ, depois ampliado para Aeroporto de Viracopos/Cumbica/RJ e vice-versa.

Governos passaram, recursos foram gastos, muita corrupção depois, estamos em 2013, atravessamos o século vinte, entramos no século vinte e um e nada da obra aparecer no cenário nacional.

E olha que se tem uma coisa que governantes gostam é de obras grandes, complexas, com muitas nuances, muitos trechos e possibilidades de várias empreiteiras na parada. Se bem que, com a nova modalidade paulista de obras ferroviárias via cartéis, onde tudo era resolvido antes da licitação, assim fazia o Metrô e a CPTM em SP.

Desde que a discussão sobre a importância inequívoca da obra, pelo fato de ligar duas grandes cidades e três dos mais importantes aeroportos nacionais começou, tudo já foi discutido, alterado, proposto, inclusive trajeto, velocidade, enfim, nada mais resta a se discutir.

Mas o projeto permanece parado na Estação Incompetência Governamental que abrange é claro, governos das três esferas públicas. Ali deve ficar por muito tempo, pois com a investigação sobre os cartéis paulistas, praticamente todas as grandes multinacionais que poderíam operar o sistema estão em apuros, arrepiadas e sem folego.

Isso faz com que o projeto novamente seja colocado de volta nas pranchetas dos projetistas até que o fogo diminua e reste apenas uma fina camada de fumaça no meio dos trilhos.

Enquanto isso a China reformula e investe pesado na construção de milhares de quilômetros de linhas férreas ligando seu extenso território continental. Quebrando barreiras, modernizando e utilizando novas tecnologias sem precisar ficar refém de multinacionais viciadas em propinas e corrupção na obtenção de obras.

Boa parte do planeta utiliza o sistema ferroviário para deslocamentos de passageiros e de cargas, enquanto o Brasil desperdiça bilhões de reais com sua safra agrícola em velhos caminhões sacolejando por estradas sem asfalto de qualidade, sem sinalização, sem duplicações e com muita terra.

Não temos estradas de primeiro mundo em 75% da nossa malha rodoviária. Nossa malha ferroviária foi sucateada e o que restou atende apenas parte das mineradoras. O transporte hidroviário que poderia ser de enorme valia não tem gestão séria nem dos governos estaduais muito menos do federal.

Sendo assim, melhor reformarmos algumas locomotivas à vapor para usar no lugar das ágeis locomotivas que pelo visto nunca ocuparam seus lugares na história ferroviária do nosso país. Brasil, seu nome é desgoverno, sua sina é ser roubado, seu fim é seu futuro.

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