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10 de outubro de 2013

Professor - Profissão quase sem esperança!

“Há os que lutam uma vez e são importantes.
Os que lutam muitas vezes e são fundamentais.
E há os que lutam sempre, esses são imprescindíveis”.
Brecht


Desde há muito tempo, creio que, pelo menos desde 1980, que os professores estão assistindo suas carreiras definharem nas mãos de governos incompetentes, corruptos e muitas vezes inescrupulosos no Brasil.

Não importa a esfera do poder público, seja municipal, estadual ou federal, o desprezo pela carreira e pela importância do Professor na vida do nosso país é absurdo.

Sempre que um governante vem a público divulgar um novo plano educacional ou de carreira profissional, carrega junto minha desconfiança, tendo em vista que professor e político não combinam. Parece que são dois elementos químicos da tabela periódica que são como certos átomos, extremamente reativos enquanto outros são praticamente inertes.

Claro que os Educadores são reativos e os políticos completamente inertes. Saímos do século XX, adentramos ao século XXI e os salários dos profissionais da educação continuam imorais, muito aquém da importância que merecem os Educadores.

Neste momento estão em greve professores de vários Estados e cidades brasileiras, em sua maioria brigando por melhores salários, condições dignas de trabalho, estrutura decente para poder lecionar e por um plano de carreira minimamente inteligente e condizente com a premissa que nada é mais importante numa nação do que o seu sistema educacional.

Eu uso como divisor de águas o ano de 1980, pois até esta época os professores ainda trabalhavam apenas lecionando em escolas públicas, onde tinham um salário digno e condições de ministrar aulas com paixão e capacidade técnica adquirida ao longo de muitos anos.

A partir deste momento começaram por exemplo em SP gestões como a de Paulo Maluf que trucidaram os professores e todos os profissionais envolvidos na Educação.

Entre 1983 e 1986, ao menos em SP, houve um período de muita discussão e reflexão sobre a educação com Franco Montoro. De lá para cá, decepções atrás de frustrações é o que assistimos nas gestões de governantes ineptos, que preferem gastar com publicidade, desperdício e corrupção do que com Educação.
O governo federal através da presidenta deveria aproveitar o momento de reivindicações e greves em todo país e junto com seu ministro da educação convocar os secretários estaduais desta pasta para juntos promoverem uma revolução na educação brasileira.

Mas para fazer isso seria preciso duas coisas que nossos governantes não possuem:

a) Vontade política;

b) Ter um PLANO para poder propor uma transformação nacional na educação.

Sendo assim, caminhamos para o dia em que não teremos mais profissionais dedicados a ensinar, pois com certeza estes terão perdido pelo caminho a esperança na profissão sagrada que deveria ter um piso nacional compatível a relevância de sua atividade para todos nós brasileiros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mestre Rafael!

O Sábio Rubem Alves já afirmou: . Sem tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em lugares onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte... Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.”

Estamos matando os que nos ensinam.... oque seremos?

Precisamos falar mais disso Mestre!

José CArlos Bortoloti
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br