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24 de dezembro de 2014

50 tons de lama - 1964-2014

Tem políticos que aspiram
tornar-se Mickey Mouse...
Ser tão encantador que as pessoas
esqueçam que eles são ratos.
Autor desconhecido

Por mais que sejamos otimistas e estejamos mau acostumados com o jeito do Brasil caminhar para frente, aos tropeços, muitas vezes por osmose, e quase nunca por desenvolvimento agregado e solido conquistado por uma política séria e consistente os últimos anos tem sido muito difíceis para nosso país.
Até 1964 vivíamos uma democracia que começava a descobrir seu caminho quando um golpe militar ceifou por vinte e um anos o amadurecimento daquela democracia que estava instalada no Brasil, desde a década de trinta.
Em 1985, o regime militar cedeu espaço e negociou sua saída com duas exigências sabidas: Primeiro que a eleição para escolha do novo mandatário fosse indireta, assim o foi entre Tancredo Neves (MDB) contra Paulo Maluf (PDS). A outra exigência era a anistia aos envolvidos no período sangrento da ditadura que estava terminando.
Ambos foram atendidos e meses depois Tancredo vencia, adoecia e morria sem tomar posse da então chamada Nova República. Por algumas semanas, o país parecia órfão, nas ruas notava-se a tristeza no semblante dos transeuntes e a nítida impressão que a grande chance de uma guinada havia sido abortada pelo destino.
Assume José Sarney, que dispensa comentários quanto a sua péssima imagem de político e gestor público. Fazendo jus a fama, nada fez e se perdeu em meio a politicagens e planos que até hoje causam tomento a economia brasileira nos tribunais.
A troca efetiva de poder começou com sua saída em 15/03/1991, tomava posse Fernando Collor de Mello, um mandato curto, interrompido pelo impeachment imposto pelo Congresso Nacional em 29/12/1992, ficou menos de um ano no poder e igualmente a Sarney, impôs um Plano econômico que trouxe prejuízos e gerou muita insatisfação no seio da população brasileira ao bloquear contas correntes e até a poupança.
Perto do que estamos vendo nos últimos vinte anos seu impeachment seria transformado em ligeira admoestação e considerado pena leve pelo Congresso Nacional.
Sua saída trouxe o vice ao poder pela segunda vez consecutiva, assumiu Itamar Franco, que implantou o Plano Real e possibilitou a ascensão de FHC ao poder nas eleições seguintes em 1994.
FHC cometeu erros, acertos, deixou a economia nos trilhos, porém com seu ego maior que o Cristo Redentor equivocou-se na política de privatizações, lutou para comprar o direito à reeleição, algo que até então não havia. Assim, conseguiu através de sua agenda oculta, impor ao país a malfadada e perigosa reeleição para as três instâncias do poder executivo.
O PSDB com FHC ficou oito anos no poder e não impôs uma agenda de grandes reformas e deixou de lado justamente o que dele mais se esperava, a educação. Teve tempo, apoio no Congresso e mesmo assim não enviou um Projeto de Reforma do Sistema Educacional do país.
Os anos que se seguiram a sua saída nós ainda estamos vivendo, com o PT no poder. Quando se pensava que os trabalhadores teriam voz e acesso aconteceu o contrário: o distanciamento do trabalhador com relação ao poder do país. Os sindicalistas, amigos de Lula, tomaram boa parte dos cargos no segundo e terceiro escalão e o transformaram numa máquina de triturar as empresas.
Os benefícios sociais implantados no governo FHC foram estendidos à exaustão e usados como programas eleitoreiros, embora tenham ajudado num certo momento o poder de compra dos mais prejudicados na sociedade brasileira. Porém, sem uma economia sustentável e um processo de distribuição de oportunidade com empregos e redução de impostos o que era bom tornou-se algo facilmente criticado.
Não houve combate à corrupção de forma sistemática e firme nos últimos 25 anos no país. Nunca se roubou, desviou e enviou tantos recursos para paraísos fiscais e para contas no exterior como neste período da recente história democrática do país. A atuação da Polícia Federal no governo Lula e Dilma contrasta na inversa proporção com medidas que pudessem evitar tantas bandalheiras nas Estatais e em segmentos diretos e indiretos do poder central.
Assistir telejornal é saber que a cada semana novos escândalos estarão na pauta e ficarão torturando os brasileiros que já sabem que raramente alguém será preso e ainda mais raramente os recursos roubados serão devolvidos ao erário.
Não há no país um oásis onde possamos desfrutar de uma vida sem fraudes, sem desvios de verbas, sem roubos. Onde há dinheiro público têm corruptos e corruptores rondando a espera do golpe. Somos uma Nação para lá de cinzenta, estamos na lama e não vejo saída, nem solução a médio e longo prazo que me possa dar um pouco de esperança quanto à vida dos meus filhos e netos nessa república do jeitinho para tudo.

22 de dezembro de 2014

Senador assume que prejudicou projeto!

Quando as bandeiras dos partidos substituem
os valores de nossa consciência,
  a vida e a inteligência naufragam.
Rute de Aquino




No último dia 04 de dezembro o ex-governador e atual senador eleito por São Paulo José Serra (PSDB), disse enquanto estava participando de um ato com simpatizantes do seu partido, que atuou de forma decisiva para atrasar o projeto de Trem Bala que a princípio ligaria as cidades do RJ-SP-RJ.
Projeto este que nunca saiu do papel, mesmo quando do governo do próprio PSDB (1995-2001), apesar de sua importância e das muitas vantagens que trariam para o transporte entre os dois grandes Estados brasileiros.
Aos que estavam na plenária, José Serra disse ter incluído Campinas no traçado original apenas para dificultar a execução do projeto. Ele ainda disse ter proposto um estudo desnecessário sobre a obra para o Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e, informalmente, ter pedido para que o banco estatal demorasse em realizar a pesquisa.
Fico imaginando como se sentem os moradores da progressista cidade de Campinas ao saber que o senador que a maioria da população daquela região ajudou a eleger, tenha usado a cidade para brincar de prejudicar um projeto sério.
Fico ainda imaginando os moradores da cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro como ficaram felizes em saber que terão de usar a via Dutra para se arriscar a chegar numa das duas cidades, correndo todo tipo de perigo e pagando pedágios altíssimos naquela estrada antiga.
Tenho certeza que entre os muitos papéis de um político, não esteja esse que José Serra utilizou para prejudicar um projeto. Questionar a validade, custo benefício, oportunidade e outros itens são tarefas de um político sério, decente e honesto que esteja empenhado em representar seu Estado e o Senado Federal com dignidade. Brincar ou fazer papel de tolo é coisa de gente sem caráter.
Pena que a nossa grande mídia, envolvida ainda no terceiro turno das eleições presidenciais e sempre empenhada em acobertar as coisas que envolvem o partido (PSDB) com maior imunidade na história recente da nossa democracia não tenha dado o destaque que a confissão do senador merecia.
O sistema ferroviário brasileiro nunca foi um primor, porém, agonizou justamente no governo do príncipe FHC, quando foi sucateado, desmontado, privatizado e terceirizado em todo país. Restou muito pouco e claro, o governo inerte e fraco do PT em doze anos nunca conseguiu e nem teve interesse em reativá-lo.
Nem seria necessário um Senador da República brincar de sabotador, quando temos um governo tão fraco, omisso e preocupado com outras coisas como organizar seus caixas e arrecadar cada vez mais para suas campanhas milionárias.
Ao chegar ao senado em 2015, o Senhor José Serra deveria pedir desculpas ao povo de São Paulo, em particular da cidade de Campinas e do Rio de Janeiro. O seu ato foi ignóbil e deixa no ar a dúvida, sobre o que mais ele e seus amigos políticos possam ter feito e ainda estejam escondidos nos porões de suas consciências sujas.

19 de dezembro de 2014

Código 39

“Numa nação corrompida,
muitas são as leis que se fazem”.
Tácito

Paguei há duas semanas uma conta na farmácia com cheque do Banco do Brasil no valor de R$ 50,00. Esclarecendo que a Farmácia só aceitou meu cheque porque sou cliente há mais de 15 anos. Eles trocaram o cheque num outro ponto comercial do bairro e o comerciante depositou meu cheque sem problema algum. Havia saldo, cheque preenchido de forma correta e muito legível.
Eis que na tarde de ontem o empregado da farmácia vem à minha casa e pede para que eu troque o cheque, pois o mesmo foi devolvido pelo banco.
Atrás do cheque aparecia a mensagem: “Devolvido em razão de Código 39”. O que é código 39? No cheque não havia nenhuma explicação para o comerciante nem para o dono do cheque. Estranho, muito estranho.
Liguei então para minha agência e conversei com a gerente de minha conta que num primeiro momento hesitou em relação ao que seria o motivo da devolução. Perguntou para alguns colegas e então confirmou o motivo. Tratava-se de um erro ocorrido no momento da digitalização do cheque.
A pergunta que eu fiz foi a seguinte:
_ Se o erro foi do processo de digitalização por que não o fizeram novamente e optaram por devolver o cheque do cliente, causando constrangimento e dissabor ao comerciante e ao consumidor?
Do outro lado da linha um breve silencio constrangedor. Não há resposta, é o sistema bancário. A culpa sempre é dos outros, nunca a instituição assume seus erros e corrige-os sem que o consumidor e o recebedor do cheque fiquem sabendo. Seria o modo mais correto e decente.
Ao consumidor cabe preencher o cheque corretamente, assiná-lo e ter certeza de possuir fundos suficientes para o débito em sua conta corrente. Ao recebedor do cheque cabe conferir, saber da procedência do mesmo e depositar em sua conta corrente. Ao Banco cabe processar esse cheque e debitar um creditando o outro, parece uma operação simples.
Hoje com tanta tecnologia a disposição, o sistema bancário ainda enfrenta situações ridículas como essa do código 39. Quantos códigos existem?
Os banqueiros na verdade não estão preocupados com a comodidade e a segurança dos seus clientes. Quer me parecer que isso seja algo apenas das propagandas de televisão, onde o cliente é guindado a um patamar muito acima da dura realidade dos códigos 39 da vida.



17 de dezembro de 2014

Mensagem de Boas Festas do Blog


O ano de 2014 estará em breve nos dando adeus, mais rápido do que gostaríamos e deixando para trás o curso da história de cada um de nós enquanto indivíduos que vivem em sociedade habitando esse lindo planeta. Restam poucos dias para que um novo período de 365 dias se aproxime e a ele chamemos de 2015.
Para mim e minha família 2014 foi um ano de recuperação, de reconstrução e de renascimento, um ano melhor do que 2013 e 2012, mas com toda certeza bem inferior ao que será 2015. Não podemos perder a fé e a esperança em dias melhores e que o ano novo trará tudo de bom em sua bagagem para nos propiciar conhecimento, alegrias, novas descobertas, saúde e muita paz.
Como sempre esperamos que o ano novo seja um período que nos traga muitas alegrias e saúde para enfrentarmos as adversidades que quando aparecem, fazem parte de um destino maior, do qual não podemos fugir, temos de enfrentar com força e determinação.
Que haja sempre mais compreensão e boa vontade, que as pessoas possam efetivamente ser mais gentis umas com as outras, praticando o que é justo, com sinceridade e educação. Se assim for, será um lindo ano para a grande maioria.
O Blog Falando um Monte já está no ar há quase seis anos, e só posso agradecer pelas inúmeras visitas, pela leitura e colaborações de outros autores, pelo respeito das pessoas que passam por aqui em busca de informação, conhecimento e prazer pela leitura de assuntos do nosso cotidiano.
Com isso já tivemos mais de oitenta mil acessos no Brasil e em boa parte do mundo. Contendo até este momento em que escrevo no findar de 2014 cerca de 520 postagens de textos, artigos e opiniões do autor e de outros autores.
No encerramento de mais uma no de existência do Blog e de vida do autor quero agradecer de coração a todos que acessaram ao Falando um Monte e para aqueles amigos do Twitter e do Google+ que de forma generosa e despretensiosa sempre deram uma força enorme repassando os links dos textos aos seus amigos, formando uma corrente generosa e amiga do Blog.
Feliz 2015 a todos vocês, aos amigos e familiares, que Deus seja generoso com todos, provendo-os de tudo que possam precisar, mas acima de tudo, de muita paz, saúde e felicidade.

4 de dezembro de 2014

Atenção - O seu governador pode estar tentando ressuscitar a CPMF!

Algumas das melhores lições são
aprendidas dos erros do passado.
O erro do passado é a sabedoria do futuro.
Dale Turner

O Brasil novamente está começando a andar para trás por conta da ganância, da falta de escrúpulos e da cegueira administrativa que toma posse daqueles que vão estar no poder em 2015. É sabido por quase todos os brasileiros sensatos e inteligentes que o país não suporta mais corrupção e aumento de impostos. Ambos passaram do limite do razoável para grande parcela do povo brasileiro.
A corrupção está longe de ter um fim, embora algumas ações isoladas, é verdade, estejam começando a inibir os corruptos e os corruptores que pela primeira vez foram presos na Operação Lava Jato. E não foram peixinhos, mas sim, peixes graúdos, donos de empresas, diretores e presidentes de empreiteiras que sempre deram as cartas no país.
A não elevação da carga tributária parecia ser um consenso entre os governantes e os políticos da oposição. O brasileiro não suporta um centavo a mais nas suas contas. Sem contar que o país arrecada em demasia e não dá retorno algum para o cidadão através da prestação de serviços como Saúde, Educação, Saneamento Básico, Segurança, etc.
Pois nem bem tomaram posse ainda e alguns governadores começam a articular a volta da malfadada CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira) que os tucanos criaram e que os petistas muito criticaram. Pois agora, encampados pelos candidatos recém eleitos do PT, Camilo Santana (CE), Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI) a ideia voltou a assombrar a sociedade brasileira.
E não pensem que a ideia petista será escorraçada pelos demais partidos, pois até o PSDB, grande adversário nas urnas começa a achar a ideia interessante. Defensor declarado da volta do imposto hediondo, Beto Richa – PSDB–PR reeleito governador do Paraná confessou ser favorável a volta do imposto.
No PSB que abrigava Eduardo Campos e que teve Marina Silva como candidata temos o governador da Paraíba Ricardo Coutinho à frente do seu partido defendendo maior destinação de recursos à saúde.
Ninguém discute uma melhor participação e aplicação dos recursos públicos, nem tampouco discutem o rigor da lei para quem não aplicar corretamente os recursos do erário na saúde, educação ou seja aonde estiverem destinados por lei.
Querem mais dinheiro, querem na verdade um cheque em branco da sociedade para depois não aplicarem nenhum centavo nem na saúde nem em lugar algum que venha a beneficiar o povo. Ao contrário, a montanha de recursos sumirá como já aconteceu na época de FHC.
O Brasil precisa do fim da corrupção, da impunidade, da omissão do sistema judiciário e do nascimento de uma gestão pública profissional e honesta. Não serão mais impostos que irão transformar a saúde pública em algo exemplar, até porque os recursos disponíveis são vultosos e se não fossem mal aplicados e/ou roubados serviriam para dar muita tranquilidade ao nosso povo.
Esses governadores e todos sem exceção que vierem a defender essa ideia da volta da CPMF são párias que não deveriam nunca mais ser eleitos a nenhum cargo público enquanto viverem.