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28 de março de 2015

Um contrato e dois julgamentos diferentes!

“Quando o dinheiro fala, a verdade cala”.
Provérbio Chinês

A transação para a venda do jogador Neymar envolveu dois clubes, a saber: O Santos que detinha os direito do passe do jogador e seus direitos financeiros e o Barcelona da Espanha que adquiriu os direitos do jogador.
Seria então, apenas mais uma das milhares de transações envolvendo jogadores brasileiros sendo repassados a clubes da Europa e do resto do mundo. Porém, faltou transparência em todas as etapas do processo.
O Ministério Público da Espanha levantou indícios de que o clube catalão e os representantes do jogador Neymar tramaram operações financeiras como objetivo de ocultar o valor real da transferência do jogador do Santos para o Barcelona em 2013.
Documentos apresentados pelo Tribunal de Madri informam que a primeira parte da transação foi realizada em 15 de novembro de 2011 junto à empresa N\N Consultoria Esportiva e Empresarial Ltda. (Empresa da família de Neymar). No entanto, para surpresa de muitos, a empresa não estava constituída formalmente na ocasião da data citada.
A N\N Consultoria que usa as iniciais do nome do pai e da mãe (Nadine) de Neymar foi criada oficialmente três dias depois do primeiro acerto entre o clube espanhol e a família do jogador. A sociedade N\N Consultoria Esportiva e Empresarial Ltda. nasceu em 18 de novembro de 2011. O contrato e o pagamento foram realizados com a clara e inequívoca intenção de ocultar operações e iludir o pagamento dos impostos correspondentes.
Além de o jogador estar vendido antes da final entre os clubes no Mundial de Clubes da FIFA, o que já seria por demais antiético, tudo leva a crer que o pai do jogador recebeu muito mais do que declarou ao Santos e ao nosso país.
A grande diferença não está apenas na grandeza dos dois clubes, mas sim, na atuação do Ministério Público Espanhol em relação ao brasileiro. Enquanto os espanhóis vasculharam todos os dados possíveis do contrato de transferência do jogador, o lado brasileiro nada fez.
A justiça espanhola exige que o Barcelona pague R$ 114 milhões de indenização a União. O dinheiro envolvido no acordo era muito superior ao que foi divulgado tanto na Espanha como no Brasil. Com isso o fisco espanhol deixou de receber 12 milhões de euros (R$ 42 milhões). Afastamento de presidente e diretores, possível processo e até a prisão dos envolvidos diferencia e muito o lado brasileiro que na verdade não deu a mínima importância para o caso.
Não sabemos se a empresa da família de Neymar está regularizada e se todos os valores recebidos (divulgados e o verdadeiro) foram devidamente contabilizados com o recolhimento a Receita Federal dos impostos pertinentes. Enfim, tanto no futebol como fora das quatro linhas do campo os países de primeiro mundo são muito mais sérios e eficientes no combate à sonegação fiscal e outros crimes que lesam a união. 

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