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11 de junho de 2017

Enterrem meu coração na curva do Rio!

“Nossa geração não lamenta tanto
os crimes dos perversos quanto
o estarrecedor silêncio dos bondosos"
Martin L. King

 O título sugestivo do artigo é uma homenagem ao livro escrito por Dee Brown, lançado em 1970 que trata da situação dos índios americanos que foram dizimados pelos generais do exército yanque. Este livro é um eloquente e meticuloso relato da destruição sistemática dos índios da América do Norte. Grandes chefes e guerreiros das tribos Dakota, Ute, Sioux, Cheyenne e outras, relatam a crueldade das batalhas contra os brancos.
Mas as comparações não param por aí, e quero abordar a situação da crescente criminalidade em outro rio, mais precisamente do Rio de Janeiro. Os jornais noticiam diariamente dezenas de mortes que ocorrem na cidade maravilhosa fruto da violência descontrolada naquele Estado.
Balas perdidas, gestão pública da segurança perdida, governo estadual financeiramente falido e moralmente destruído. Deixando seu povo inocente completamente aterrorizado pelo domínio das ruas e bairros à mercê dos comandos do tráfico de drogas.
Nos últimos vinte anos o Rio de Janeiro vem sendo vilipendiado pelas quadrilhas que governam o Estado. Os últimos governadores e prefeitos sugaram toda corrupção, propina e levaram o Estado a uma situação de falência. Foram bilhões desviados dos cofres públicos através do descaso, dos desvios de finalidade e da mesma máquina da corrupção que destrói o país.
Sediar grandes eventos como o Pan Americano/2007, Copa do Mundo/2014 e as Olimpíadas RJ/2016, possibilitou que estes malandros do colarinho branco enriquecessem a custa do recebimento de propinas, pelo superfaturamento de obras, algumas que nem foram entregues até hoje e de todo tipo de golpes possíveis, inclusive com o aval do COI e da FIFA.
Essa é a tônica, políticos e governantes se alternam no poder e vivem pelo poder, não pelo povo e para o povo. Estamos retornando, ou melhor, estamos na mesma situação que os cidadãos que habitavam o império romano, a única coisa que os políticos fazem em nosso país é cobrar impostos, tal qual o grande Imperador Romano.
Nossos governantes são competentes apenas para nos fazer chegar os tributos, mas de resto, são incompetentes, prestam serviços de baixa qualidade e nos deixam inseguros nas mãos de criminosos, que eles não têm capacidade de colocar atrás das grades definitivamente. 
       A saúde pública e a educação perderam suas finalidades e passaram a ser um esquálido modelo de retorno perverso de recursos que nunca são aplicados no sistema. Este circulo vicioso faz com que a sociedade seja refém de um Estado incapaz de gerir recursos com probidade. 
        Os índios foram dizimados em vários cantos do mundo, inclusive em nosso país, guardadas as diferenças entre os métodos utilizados, o mesmo está sendo feito com uma parcela significativa da nossa sociedade. O brasileiro pobre está sendo dizimado pela fome, pela doença e pela violência que reina graças a total incapacidade dos gestores que se elegem para roubar, trucidar e subtrair nossas riquezas.

Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Pública.

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