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10 de setembro de 2017

A ETE - Estação de Tratamento de Esgotos é mais uma obra sem gestão eficiente!

A maior parte das pessoas prefere
morrer a pensar; na verdade,
é isso que fazem. Bertrand Russell

Esse artigo deve começar pelo antigo e sábio ditado popular “Pau que nasce torto, morre torto”. Em 2015, a cidade de Bauru foi contemplada com verba de R$ 118 milhões, a fundo perdido pelo governo federal para a construção da sua tão sonhada Estação de tratamento de esgotos. Após a aprovação da verba, a prefeitura fez uma licitação para poder contratar uma empresa que fizesse o projeto da obra. Em seguida, foi realizada a licitação para escolher a empreiteira que realizaria a obra.
A empresa Arcadis Log ficou com a responsabilidade de elaborar o projeto e a Empresa Com Engenharia de realizar a obra. Desde então, percebe-se que não houve na gestão do ex-prefeito Rodrigo Agostinho (2009-2016) e do ex-presidente do Departamento de Água e Esgoto – DAE, comandado a época pelo Sr. Giasone A. Cândia, os devidos cuidados e o acompanhamento da fiscalização que uma obra deste porte exige. O custo inicial em 2015 era de R$ 126 milhões, considerada a obra mais cara do interior do Estado de SP.
Hoje estima-se que este valor esteja em torno de R$ 144 milhões sem que a estação esteja próxima de ser concluída. A parte civil caminhou a passo de tartaruga, até que a obra emperrou por conta de testes realizados que detectaram resultados insatisfatórios em parte das estacas com relação às provas de carga.
Outro “pequeno” problema apontado foi a ausência de um projeto elétrico para a obra. Como pode uma obra desta magnitude e valor, ter começado e caminhado por meses sem que o DAE, os fiscais da prefeitura e as empresas envolvidas não tenham percebido a ausência do projeto elétrico? Descaso? Falta de capacidade de gestão?
Seguindo a tradição de Bauru, onde um simples viaduto demorou 21 anos para ser entregue para a população, a ETE caminha para dar aos bauruenses muitas dores de cabeça e um prejuízo financeiro sem precedentes. Hoje esse prejuízo já está em R$ 18 milhões de reais.
Ter o esgoto tratado em cem por cento da sua totalidade é um sonho para qualquer cidadão bauruense e também para a maior parte do povo brasileiro, porém, saber que uma obra para resolver tal problema está sendo feita e conduzida de forma aquém do que deveria deixa a todos apreensivos.
Falta qualidade aos nossos gestores, conhecimento técnico e vontade política para saber ao menos acompanhar e administrar obras de tamanha relevância. Nossos políticos estão muito abaixo daquilo que deveria ser o mínimo necessário para uma gestão eficaz, proba e financeiramente aprovada.
Com isso, à população fica à mercê da incapacidade e da ausência de qualidade técnico administrativa para que nosso precioso dinheiro seja empenhado em obras com princípio, meio e fim. Dentro do que se espera de gestores que foram eleitos ou indicados para agir com ética, probidade e inteligência, visto que manuseiam recursos que se originam de nossos impostos.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.

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