A maior parte
das pessoas prefere
morrer a
pensar; na verdade,
é isso que
fazem. Bertrand
Russell
Esse artigo deve começar pelo antigo e sábio ditado popular “Pau
que nasce torto, morre torto”. Em 2015, a cidade de Bauru foi
contemplada com verba de R$ 118 milhões, a fundo perdido pelo governo federal
para a construção da sua tão sonhada Estação de tratamento de esgotos. Após a
aprovação da verba, a prefeitura fez uma licitação para poder contratar uma
empresa que fizesse o projeto da obra. Em seguida, foi realizada a licitação
para escolher a empreiteira que realizaria a obra.
A empresa Arcadis Log ficou com a responsabilidade de elaborar o projeto
e a Empresa Com Engenharia de realizar a obra. Desde então, percebe-se que não
houve na gestão do ex-prefeito Rodrigo Agostinho (2009-2016) e do ex-presidente
do Departamento de Água e Esgoto – DAE, comandado a época pelo Sr. Giasone A.
Cândia, os devidos cuidados e o acompanhamento da fiscalização que uma obra
deste porte exige. O custo inicial em 2015 era de R$ 126 milhões, considerada a
obra mais cara do interior do Estado de SP.
Hoje estima-se que este valor esteja em torno de R$ 144 milhões sem que
a estação esteja próxima de ser concluída. A parte civil caminhou a passo de
tartaruga, até que a obra emperrou por conta de testes realizados que
detectaram resultados insatisfatórios em parte das estacas com relação às
provas de carga.
Outro
“pequeno” problema apontado foi a ausência de um projeto elétrico para a obra.
Como pode uma obra desta magnitude e valor, ter começado e caminhado por meses sem
que o DAE, os fiscais da prefeitura e as empresas envolvidas não tenham
percebido a ausência do projeto elétrico? Descaso? Falta de capacidade de
gestão?
Seguindo a
tradição de Bauru, onde um simples viaduto demorou 21 anos para ser entregue para
a população, a ETE caminha para dar aos bauruenses muitas dores de cabeça e um prejuízo
financeiro sem precedentes. Hoje esse prejuízo já está em R$ 18 milhões de
reais.
Ter o esgoto
tratado em cem por cento da sua totalidade é um sonho para qualquer cidadão
bauruense e também para a maior parte do povo brasileiro, porém, saber que uma
obra para resolver tal problema está sendo feita e conduzida de forma aquém do
que deveria deixa a todos apreensivos.
Falta
qualidade aos nossos gestores, conhecimento técnico e vontade política para
saber ao menos acompanhar e administrar obras de tamanha relevância. Nossos
políticos estão muito abaixo daquilo que deveria ser o mínimo necessário para
uma gestão eficaz, proba e financeiramente aprovada.
Com isso, à
população fica à mercê da incapacidade e da ausência de qualidade técnico
administrativa para que nosso precioso dinheiro seja empenhado em obras com
princípio, meio e fim. Dentro do que se espera de gestores que foram eleitos ou
indicados para agir com ética, probidade e inteligência, visto que manuseiam
recursos que se originam de nossos impostos.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.
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