Preso desde julho de 2016, o corretor
de valores Lúcio Funaro, tido como operador do PMDB fechou um acordo de delação
premiada com a Justiça, homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em
setembro.
A seguir, entenda quem é Funaro e o
que ele diz sobre a cúpula do PMDB, grupo que a Polícia Federal batizou de
"quadrilhão do PMDB". Os implicados vêm negando as denúncias.
"Basta concordar com qualquer coisa [que a PGR] encomendar para obter
infinitos benefícios", disse Cunha sobre a delação de Funaro.
Quem é Funaro? Um corretor de valores,
que começou a ganhar destaque durante a investigação do mensalão, quando uma
empresa sua foi apontada como intermediária de repasses ao partido liberal –
PL, atual Partido Republicano – PR.
Na época chegou a ser convocado para
depor numa CPI. Foi preso em 2016 na Operação Sépsis, um desdobramento da Lava
Jato que teve como ponto de partida a delação de um ex-dirigente da Caixa
Econômica Federal.
Na Lava Jato passou a ser citado
quando o Grupo Schahin o acusou de perseguição na Câmara, com a ajuda de
Eduardo Cunha por meio de requerimentos. Neste ano, na delação da JBS, o
empresário Joesley Batista afirmou que Funaro cobrava propinas em diversas
áreas do governo federal junto com Cunha.
MICHEL TEMER
-
Teria comprado imóveis com propina e recebido dinheiro ilícito
"redistribuído" por Eduardo Cunha;
-
Teria conhecimento e se beneficiado de propina dos contratos da usina Angra 3;
-
Teria dividido propina da Odebrecht com o ex-ministro Geddel Vieira Lima;
-
Teria recebido propina da JBS para fazer mudanças no Ministério da Agricultura
a favor da empresa;
-
Teria dito que entregou R$ 500 mil para o marqueteiro Duda Mendonça para
financiar campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo em 2014. Entrega teria
sido feita em um escritório na Avenida 9 de Julho a pedido de Cunha para
"atender o presidente Temer".
EDUARDO CUNHA
-
Teria cobrado propina em contratos de sondas da Sete Brasil;
- Teria dividido propina com Anthony Garotinho quando o primeiro governava o
Rio, e o segundo chefiava a Cedae;
- Teria recebido propina no exterior em conta secreta denominada "Glorieta".
- Teria recebido propina no exterior em conta secreta denominada "Glorieta".
MOREIRA FRANCO
-
Quando vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa teria atuado para a
liberação de um crédito de R$ 300 milhões para uma empresa do grupo Bertin, do
grupo em troca do pagamento de "comissão" de R$ 12 milhões para a
cúpula do PMDB. Ele teria ficado com 60% dos recursos, Funaro com 15%, e Cunha
com 25%.
ELISEU PADILHA
-
Seria um dos responsáveis por monitorar a intenção de Funaro em fazer delação
premiada
CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL
-
Grupo de Temer, Cunha e Henrique Alves teria recebido cerca de R$ 250 milhões
decorrentes de créditos da Caixa repassados pelas vice-presidências de Pessoa
Jurídica e de Fundos de Governo e Loterias;
- Indicação de Fábio Cleto para uma das vice-presidências da Caixa para desviar
recursos do FI-FGTS para políticos do PMDB;
- Liberação de recursos da Caixa mediante propina que teria abastecido
campanhas como a de Gabriel Chalita para a Prefeitura de SP em 2012.
FURNAS
-
Temer, Cunha e Henrique Alves teriam recebido propina da Odebrecht e da Andrade
Gutierrez em uma obra de Furnas no rio Madeira, em Porto Velho.
FUNDOS
DE PENSÃO
-
Suposto acerto de R$ 9 milhões para evitar a convocação do ex-presidente da Petros na CPI dos fundos de pensão;
-
Funaro diz que operou desvios do Postalis, fundo de pensão dos Correios.
Letícia Casado
De Brasília
De Brasília
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