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12 de outubro de 2017

Nossos problemas estão longe do debate entre esquerda ou direita!

“Não existe um governo corrupto numa
Nação ética, nem há uma Nação corrupta
onde exista um governo ético e transparente”
Leandro Karnal

Existe uma máxima muito conhecida entre as ONGs da sociedade civil, que lutam por transparência e contra a corrupção que é a seguinte: “Município Limpo é País Limpo”.
Nos dias atuais, onde o presidente da república e seus antecessores são acusados de corrupção. O congresso nacional tem 80% de seus membros envolvidos com crimes de corrupção, essa máxima é mais do que atual.
A limpeza deveria começar pelos quintais, ou seja, pelos municípios brasileiros onde vivemos e de certo ficaria muito mais fácil identificar os problemas de corrupção, superfaturamentos de obras, licitações fraudulentas e tantas outras modalidades de crimes contra o erário.
É impossível estabelecermos o total de recursos públicos que são desviados em fraudes e corrupção nos 5.570 municípios brasileiros. Em apenas 370 operações contra fraudes realizadas pela Polícia Federal, pela CGU Controladoria Geral da União e pelo Ministério Público, foram detectados um total superior a R$ 12 bilhões em desvios e fraudes.
Essas operações estão longe dos holofotes da Lava Jato, e atingem menos de 10% das cidades brasileiras, mas nos dão um parâmetro sobre a avalanche de recursos que estão sendo roubados da sociedade brasileira.
Além das licitações com vícios e fraudes, os maiores problemas estão nos Estados do Norte, Nordeste e Centro Oeste, regiões cuja dependência dos recursos federais é praticamente total. Segundo fontes do governo federal, 82% das cidades dessas regiões do país dependem de pelo menos 75% desses recursos, que muitas vezes são desviados ou não são aplicados na sua verdadeira origem.
Engana-se quem pensa que os casos de corrupção acontecem apenas nas médias e grandes cidades brasileiras. O mal está enraizado como, por exemplo, na cidade de Pauini no Estado da Amazônia. Uma cidade de 10 mil habitantes, escondida na floresta amazônica, onde a prefeitura roubou mais de R$ 15 milhões em fraudes. A administração local chegou a comprar 500 bolas de futebol para uma cidade que tem apenas uma quadra de esportes. Pagou R$ 1.870,00 reais para uma suposta lavagem de um Micro-ônibus da Prefeitura.
Em Vilhena, no Estado de Rondônia, a polícia federal já realizou sete operações, que resultaram na prisão de um ex-prefeito, seu vice, ex-secretários, além de sete dos dez vereadores com alguns empresários.
Definitivamente a corrupção está entranhada na política e na administração pública brasileira, provocando um sangramento de bilhões de reais, que deveriam ser utilizados na Saúde, Educação, Segurança, Habitação e Saneamento Básico.
Esses esquemas matam o povo brasileiro aos poucos, punem os honestos que recolhem a mais cruel carga tributária do planeta e não recebem quase nada em troca.
Essa sangria de recursos públicos não tem ideologia, mas sim, a conivência da Justiça que é morosa, conivente e muitas vezes motivadora para estes quadrilheiros. Sem contarmos com a falta de comprometimento do eleitor brasileiro que não leva a sério o ato de votar. Reconduzindo ao poder o seu próprio algoz, o bandido, que fica muitos anos no Congresso, na Assembleia e o pior, na Câmara Municipal, roubando debaixo do nariz daquele que o conduziu ao poder.
Não podemos pensar em “Intervenção militar”, isso seria terceirizar o poder para que os militares tivessem que escolher entre o povo e os corruptores, escolhendo os que são detentores de recursos milionários para manter seus esquemas. Foi assim entre 1964 e 1985. Errar é humano, insistir no erro é burrice.
A saída está na pressão popular via democrática. Isso pode e deve começar com a fiscalização do Prefeito e dos Vereadores de sua cidade. Acompanhe as decisões pela TV Câmara, pela rádio, pelos jornais e se possível, participe das sessões do legislativo. Saiba o que está sendo discutido e aprovado. Reúna seus amigos jovens, adultos ou da terceira idade e comecem uma revolução silenciosa para retomar o poder que é seu, é nosso e de todos os brasileiros.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.

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