“Não
existe um governo corrupto numa
Nação
ética, nem há uma Nação corrupta
onde
exista um governo ético e transparente”
Leandro Karnal
Existe uma máxima muito conhecida entre as ONGs da sociedade civil, que
lutam por transparência e contra a corrupção que é a seguinte: “Município Limpo é País Limpo”.
Nos dias atuais, onde o presidente da república e seus antecessores são
acusados de corrupção. O congresso nacional tem 80% de seus membros envolvidos
com crimes de corrupção, essa máxima é mais do que atual.
A limpeza deveria começar pelos quintais, ou seja, pelos municípios
brasileiros onde vivemos e de certo ficaria muito mais fácil identificar os
problemas de corrupção, superfaturamentos de obras, licitações fraudulentas e
tantas outras modalidades de crimes contra o erário.
É impossível estabelecermos o total de recursos públicos que são
desviados em fraudes e corrupção nos 5.570 municípios brasileiros. Em apenas
370 operações contra fraudes realizadas pela Polícia Federal, pela CGU
Controladoria Geral da União e pelo Ministério Público, foram detectados um
total superior a R$ 12 bilhões em desvios e fraudes.
Essas operações estão longe dos holofotes da Lava Jato, e atingem menos de
10% das cidades brasileiras, mas nos dão um parâmetro sobre a avalanche de
recursos que estão sendo roubados da sociedade brasileira.
Além das licitações com vícios e fraudes, os maiores problemas estão nos
Estados do Norte, Nordeste e Centro Oeste, regiões cuja dependência dos
recursos federais é praticamente total. Segundo fontes do governo federal, 82%
das cidades dessas regiões do país dependem de pelo menos 75% desses recursos,
que muitas vezes são desviados ou não são aplicados na sua verdadeira origem.
Engana-se quem
pensa que os casos de corrupção acontecem apenas nas médias e grandes cidades
brasileiras. O mal está enraizado como, por exemplo, na cidade de Pauini no
Estado da Amazônia. Uma cidade de 10 mil habitantes, escondida na floresta
amazônica, onde a prefeitura roubou mais de R$ 15 milhões em fraudes. A
administração local chegou a comprar 500 bolas de futebol para uma cidade que
tem apenas uma quadra de esportes. Pagou R$ 1.870,00 reais para uma suposta
lavagem de um Micro-ônibus da Prefeitura.
Em Vilhena, no
Estado de Rondônia, a polícia federal já realizou sete operações, que
resultaram na prisão de um ex-prefeito, seu vice, ex-secretários, além de sete
dos dez vereadores com alguns empresários.
Definitivamente
a corrupção está entranhada na política e na administração pública brasileira,
provocando um sangramento de bilhões de reais, que deveriam ser utilizados na
Saúde, Educação, Segurança, Habitação e Saneamento Básico.
Esses esquemas
matam o povo brasileiro aos poucos, punem os honestos que recolhem a mais cruel
carga tributária do planeta e não recebem quase nada em troca.
Essa sangria
de recursos públicos não tem ideologia, mas sim, a conivência da Justiça que é
morosa, conivente e muitas vezes motivadora para estes quadrilheiros. Sem
contarmos com a falta de comprometimento do eleitor brasileiro que não leva a
sério o ato de votar. Reconduzindo ao poder o seu próprio algoz, o bandido, que
fica muitos anos no Congresso, na Assembleia e o pior, na Câmara Municipal,
roubando debaixo do nariz daquele que o conduziu ao poder.
Não podemos
pensar em “Intervenção militar”, isso seria terceirizar o poder para que os
militares tivessem que escolher entre o povo e os corruptores, escolhendo os
que são detentores de recursos milionários para manter seus esquemas. Foi assim
entre 1964 e 1985. Errar é humano, insistir no erro é burrice.
A saída está
na pressão popular via democrática. Isso pode e deve começar com a fiscalização
do Prefeito e dos Vereadores de sua cidade. Acompanhe as decisões pela TV
Câmara, pela rádio, pelos jornais e se possível, participe das sessões do
legislativo. Saiba o que está sendo discutido e aprovado. Reúna seus amigos
jovens, adultos ou da terceira idade e comecem uma revolução silenciosa para
retomar o poder que é seu, é nosso e de todos os brasileiros.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.
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